O Brasil vive um momento especial de recuperação econômica, o que traz consequências ao mercado de trabalho e salários praticados. Com índice desemprego abaixo dos 9%, estamos próximos aos mínimos históricos, e essa é a tendência também nos próximos meses.
O número de carteiras assinadas, segundo o CAGED bateu recorde histórico com 43 Milhões registrados e em 2 anos, o país atingiu um saldo de 5,5 milhões de vagas, entre admissões e desligamentos.
Com a atual inflação global devido a guerra e pós pandemia as empresas têm o desafio de atrair os melhores perfis de profissionais e isso sem inflacionar também a folha de pagamento.
Segundo pesquisa da Robert Walters, 43% dos profissionais afirmam esperar um aumento salarial em 2023, 62% esperam que o aumento seja maior que a inflação e 31% afirmam que estão prontos para procurar um novo emprego caso não recebam este aumento.
Segundo matéria da UOL Economia, a alta de preços no Brasil se espalhou pela economia nos últimos meses e já atinge praticamente oito de cada dez produtos que compõem o IPCA, o indicador oficial de inflação. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, no mês, o índice de difusão do IPCA foi de 78,3%, o maior desde janeiro de 2003 (85,9%). O índice de difusão mede a quantidade de produtos e serviços, dentro do IPCA, que registrou inflação (alta de preços) em determinado mês. Se os preços do óleo de soja ou do arroz subirem, por exemplo, eles contribuem para a difusão mais alta. Atualmente, 377 estão na cesta de produtos monitorados pelo IBGE para medir a inflação.
Em outras palavras, os produtos e serviços influenciam uns aos outros, e a inflação acaba se espalhando pelos diferentes itens. Neste ambiente, fica mais difícil promover substituições de produtos, porque quase tudo fica mais caro. Dito isso, os profissionais automaticamente buscam por aumentos salariais para ter uma qualidade de vida melhor e estão mais abertos a procurarem outras oportunidades que ofereçam salários maiores e benefícios mais atraentes, se necessário.
Negociação salarial
Alguns profissionais preferem arriscar a pedir um aumento salarial, mesmo que não lhe tenha sido oferecido inicialmente, porém dentre os principais motivos dos que não querem arriscar estão:
- 23% Não sabe como negociar o aumento
- 21% Acreditam que já tem um salário justo ao seu nível de experiência
- 12% Falta de confiança
- 10% Não querem prejudicar a sua estabilidade no trabalho
Além do aumento salarial, o bônus anual também é um ponto relevante a ser discutido. Apenas 25% dos profissionais entrevistados afirmaram que já foram comunicados que receberão um bónus no próximo ano. 41% não tiveram uma confirmação oficial, porém estão contando com isso. 6% não tiveram confirmação e não estão contando com o bônus e 5% foram comunicados oficialmente que não receberão nenhum tipo de bônus em 2023.
Das empresas entrevistadas, 15% afirmam que darão bônus para posições Mid Sénior, 23% para posições de Gerência, 38% para Diretores e 46% para nível Executivo/C-level.
Para posições de Manager/Diretor, 30% afirmam que darão um bônus de 11-15% e 69% afirmam que darão um bónus de +20% para Executivo/C-level. (em relação à seus atuais salários)
Retenção de Talentos
Há um ano, falávamos de uma “Guerra por Talentos”, geralmente sobre as indústrias de tecnologia e digital. Hoje em dia, esse mesmo termo pode ser aplicado a qualquer setor que busque atrair ou reter os melhores talentos especializados.
Além de oferecer projetos desafiadores, uma cultura corporativa que se alinhe com os valores pessoais e que também ofereçam uma progressão de carreira clara, o pacote salarial incluindo benefícios e bônus, continua sendo fundamental e os gerentes devem prestar atenção às expectativas de seus candidatos para criar uma oferta bem-sucedida.
